domingo, 3 de novembro de 2013

'Black bloc' viaja para participar de manifestações.

O governo federal já identificou que alguns manifestantes envolvidos em atos de violência participaram de diferentes protestos em mais de um Estado no país, e está investigando o que pode estar por trás desta atuação.
Segundo a Folha apurou, a área de inteligência do governo federal filmou os protestos contra o leilão do campo de Libra, realizado no Rio no dia 21 de outubro, e localizou entre os manifestantes um que já atuou em ações violentas em outro Estado.
A partir desta descoberta, assessores do Ministério da Justiça disseram à reportagem que agentes de inteligência do governo investigam se um grupo nacional poderia estar agindo de forma coordenada para estimular violência nas manifestações.
A investigação ainda está na fase preliminar, mas é considerada importante pelo governo para tentar evitar eventuais usos políticos ou criminosos destas ações.
Um assessor presidencial disse que um "infiltrado" contratado por setores políticos mais radicais ou por grupos do crime organizado pode fazer um "grande estrago" em manifestações para atingir seus objetivos.
AÇÃO CRIMINOSA
O governo teme, principalmente, que a tática "black bloc", que consiste em praticar atos violentos como forma de protesto, seja "capturada" por líderes de organizações criminosas, na busca de camuflar seus ataques como se fossem praticados por manifestantes defensores de causas públicas.
Isto já teria ocorrido, segundo as primeiras investigações, nas manifestações desta semana na zona norte de São Paulo, quando criminosos tiveram comportamento semelhante em alguns atos aos praticados por adeptos da tática "black bloc", incendiando caminhões, interditando a rodovia Fernão Dias e fazendo saques na região.
OPERAÇÃO CONJUNTA
O governo aposta no acordo fechado entre o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) e os secretários de Segurança Fernando Grella (São Paulo) e José Mariano Beltrame (Rio) para combater a atuação de baderneiros e conter os "black blocs".
Na quinta-feira, eles acertaram que os serviços de inteligência do governo federal e dos dois Estados vão passar a atuar em conjunto para mapear, identificar e reprimir este tipo de tática e ação.
Na avaliação do governo, os serviços de segurança federal e estadual já estão preparados para atuar nas grandes manifestações pacíficas, mas precisam se coordenar e se organizar para lidar com grupos de vândalos que passaram a agir mais fortemente depois de junho.
O Ministério da Justiça acredita que a atuação conjunta da União com São Paulo e Rio vai criar um padrão unificado mais eficaz de combate a atos de violência nas manifestações.
Para o governo, a ação organizada servirá, inclusive, para proteger e tranquilizar aqueles que vão aos protestos de forma pacífica.
O governo avaliou que os últimos episódios em São Paulo --as agressões sofridas pelo comandante da PM Reynaldo Simões Rossi por mascarados e as cenas de violência na zona norte da cidade-- acenderam o sinal amarelo, mostrando a necessidade de uma atuação conjunta para evitar uma crise nacional na área de segurança.
Principalmente no próximo ano, quando o país sediará a Copa do Mundo e terá ainda a eleição presidencial.

da Folha  

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