domingo, 18 de agosto de 2013

Brasileiro namorado de jornalista que denunciou espionagem é detido em Londres.

O jornalista que divulgou os documentos vazados por Edward Snowden disse que a detenção do namorado é uma tentativa de intimidação ao seu trabalho
David Miranda (esq.) ficou detido por nove horas em aeroporto de Londres neste domingo
Foto: The Guardian / Reprodução
O brasileiro David Miranda, namorado do jornalista Glenn Greenwald, responsável por publicar uma série de denúncias sobre a espionagem americana, ficou detido por aproximadamente nove horas neste domingo no aeroporto Heathrow, em Londres, enquanto tentava embarcar de volta para o Rio de Janeiro. Segundo o jornal britânico The Guardian, o brasileiro estava retornando de uma viagem à Alemanha e foi parado por oficiais por volta das 8h30 (horário local).
A Scotland Yard informou ao Guardian que a detenção aconteceu com base num artigo da lei antiterrorismo do Reino Unido, uma controversa legislação aplicada em aeroportos e portos que permite prender suspeitos sem mandado judicial e sem permitir que se chame um advogado. O jovem de 28 anos ficou detido por nove horas, o máximo permitido pela lei. Mesmo depois de liberado, Miranda teve todos os seus equipamentos eletrônicos confiscados – telefone celular, laptop, câmera, pen drives, DVD’s e um videogame.
Desde o dia 5 de junho, o jornalista Glenn Greenwald vem publicando uma série de reportagens no jornal britânico para revelar as ações de espionagem da National Security Agency (NSA), a partir de documentos vazados pelo ex-funcionário da CIA Edward Snowden, que está exilado na Rússia.
Na viagem à Europa, Miranda esteve em Berlim visitando Laura Poitras, uma documentarista que trabalha juntamente com Greenwald e o Guardian nos arquivos repassados por Snowden.
"Esse é um ataque profundo à liberdade de imprensa", disse o jornalista sobre o episódio. "Deter meu companheiro por nove horas inteiras e negar-lhe um advogado, e depois tomar grandes quantidades de suas posses, é claramente uma tentativa de mandar um recado de intimidação", afirmou.

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